Dizem que o choro é feito de água,
talvez seja feito de água e sal; para mim, é feito de emoção,
de tristeza — aquela que brota do nosso eu, do nosso eu mais puro, do nosso eu mais precioso.
A lágrima que cura, que deixa ir o que machuca, a alma machucada, a alma que busca se
encontrar em cada lágrima que escreve uma nova história, histórias de superação.
A lágrima que permite à tristeza fluir, o que vai, o sair, o percorrer… o percorrer os
caminhos da face, saindo como as ondas do oceano, como a água de um rio que desagua
na alma, que vai encontrando seu próprio leito.
O processo do rio que deságua neste caderno, repleto de momentos escritos.
A fada da tristeza, a fada azul de roupas roxas — a fada que mora em um lugar distante, no
final da floresta, no fim de tudo, onde a luz aparece apenas um pouquinho. A luz no final
do túnel, a fada que busca encontrar suas próprias sombras, que tenta deixar para trás
tudo aquilo que não lhe faz bem. A fada que persiste em transformar a lágrima em sorriso,
o sorriso da alma; a fada que busca sua luz interna, que termina este caderno em busca do
que há de melhor em cada palavra, porque metade de mim é poesia e a outra metade são