Estava no escritório, ou melhor, na parte da casa que transformei em ateliê durante a
pandemia. Na verdade, já tinha feito isso um pouco antes da pandemia começar.
Lá estava eu, organizando minhas linhas, quando de repente um bicho entrou voando pela
janela. Sai correndo e fechei a porta. Fui chamar a Ti !
“Tem um bicho lá no escritório e ele está fazendo barulho!”
“É um morcego?” a Ti perguntou.
“Não sei, mas é grande.”
Então a Ti se dispôs a tentar matar o bicho para mim.
“Não entra aí, o bicho vai te pegar!”
“Mas como assim, é grande desse jeito?!”
“É grande, faz barulho e deve morder!”
“Não é possível!” a Ti respondeu.
A ti pegou veneno, uma vassoura e foi tentar acabar com o bicho.
Nesse momento, o inseto entrou no meio dos meus papéis de aquarela. Peguei o veneno e
comecei a borrifar por toda parte! O veneno espalhou-se por todo lado: no iPad, no meu
caderno da pós-graduação e no chão.
No final, a ti conseguiu matar o bicho. Então, virou-se para mim e disse: “Todo esse
escândalo era só por causa de um besouro?”
“Sim!” confirmei.
Aí a ti perguntou: “Como você vai cuidar de uma cachorrinha se tem medo de besouros? A
cachorrinha não pegaria o besouro?”
E eu tinha prometido que iria pintar o besouro para você! Aí está!