Um Pouquinho da Exposição de Rita Lee: Reflexões sobre a Originalidade e a Rebeldia
Em agosto de 2023, a estação Campo Belo do Metrô de São Paulo se transformou em um
verdadeiro santuário da cultura pop, ao receber a exposição “Um Pouquinho” em
homenagem à icônica Rita Lee. Esta artista, marcada por sua ousadia e inovação, tornou-
se um símbolo de rebeldia e autenticidade, não apenas na música, mas na forma como
viveu e se apresentou ao mundo. Ao refletir sobre essa experiência, não posso deixar de
lembrar da minha tia, uma mulher que, assim como Rita, sempre foi à frente de seu tempo,
com seu cabelo ainda ruivos e uma personalidade vibrante que encantava a todos ao seu redor.
A exposição “Um Pouquinho” não apenas reverenciou o legado de Rita Lee, mas também ofereceu um espaço para a interação e a descoberta. Era possível ver de perto artefatos,
ilustrações e bordados que narravam a trajetória da artista, desde o começo na banda Tutti Frutti até seu triunfante percurso solo.
Cada peça exposta contava uma história de inovação e resistência, destacando não apenas sua música, mas sua postura desafiadora diante das convenções sociais.
Rita sempre desafiou o que era esperado de uma mulher no cenário musical, e essa exibição trouxe à tona essa luta silenciosa que muitas mulheres enfrentam.
Particularmente emocionante foi a conexão que pude estabelecer entre Rita e minha tia. Ambas, com cabelos ruivos que simbolizavam sabedoria e vivências, compartilhavam um espírito indomável.
A cor rosa-choque que perpassava a exposição refletia essa essência: uma explosão de cor e personalidade que destoa do cinza da monotonia.
A ligação entre a arte de Rita Lee e a trajetória pessoal de minha tia ressoa com força.
Ambas foram pioneiras em seus próprios domínios, e a exposição serviu como um
lembrete de que a individualidade deve ser celebrada. As paletas de cores, as referências
culturais e a ousadia palpável nas instalações capturaram a essência do que significa ser
fiel a si mesmo, mesmo quando isso significa nadar contra a corrente.
Ao percorrer os corredores da exposição, eu me vi pensando na importância de criar
espaços onde vozes diversas possam ser ouvidas e celebradas. Rita Lee, com sua
autenticidade, não apenas influenciou gerações de músicos, mas também empoderou
pessoas a abraçar suas singularidades. Assim, a homenagem a essa artista transcendeu a
música; tornou-se um manifesto por todas as “ovelhas negras” que, em suas pequenas ou
grandes revoluções diárias, desafiam as normas e buscam um espaço ao sol.
Encerrando minha visita, ficou claro que “Um Pouquinho” não era apenas uma
homenagem a Rita Lee, mas um convite para que todos nós exploremos nossas próprias identidades e aventuras.
O espírito livre da artista ecoou em cada canto, lembrando que, assim como minha tia,
todos temos o poder de moldar nossa própria narrativa. A exposição fez com que eu saísse
não apenas celebrando uma artista, mas refletindo sobre a riqueza de ser único e a
coragem que isso exige em um mundo que muitas vezes tenta nos uniformizar.

