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Era uma vez um planeta chamado Terra….

Era uma vez um planeta chamado Terra.

Muita gente mora lá, e eu também. Ele é dividido em muitos países. Eu moro em um deles,

um país tropical, bonito por natureza, mas que atualmente enfrenta muitos problemas.

Voltando a falar do planeta Terra, era carnaval no meu país, e começava a chegar um vírus

de outra parte do mundo, lá pelo lado do Oriente, que fica bem longe do meu país, que é

lindo por natureza, mas repleto de desafios. O vírus mudou tudo; tivemos que nos adaptar

e fazer tudo dentro de casa.

Mas a esperança estava lá, escondida no bater do coração, na lembrança da infância, para

que nunca possamos perder a fantasia. A esperança estava em cada flor, nas aulas de

ballet online. Ela estava aqui e ali, esperando dias de mais alegria para o meu planeta.

Sim, não sou o Pequeno Príncipe; reparto meu planeta com muita gente. Afinal, a

companhia e o amor fazem parte dos seres humanos que habitam este pequeno planeta

azul, que faz parte de um grande sistema solar… ou seria um pequeno sistema solar? Bom,

isso já não sei.

Sei que estou aqui, esperando a esperança.

Terra, planeta da água.

Terra, planeta da esperança.

**Era uma vez uma infância**

**Era uma vez uma infância**

Era uma vez uma infância que ficou registrada na memória, entre o pé de amora e o

parquinho de pedras brancas.

Por onde passava a minha bicicleta rosa, havia espaço para correr.

Mas eu não sabia correr… e ainda não sei.

No entanto, sabia voar.

Voava na minha imaginação, pedalando pelas pedras brancas com a bicicleta rosa.

Neste final de semana, tentei correr novamente no parquinho de pedras brancas,

acompanhada de um cachorrinho de plástico perdido – uma cena que parecia ter saído de

um quadro de Edward Hopper.

Um cachorrinho de plástico, da nova geração, os atuais habitantes do meu parquinho da infância,

que neste final de semana tinha novos pequenos:

os pequeninos da tia Abi – ou melhor, agora tia Gabi.

Ainda não sei correr,

mas sei voar na imaginação.

E foi como se um dia valesse por um ano inteiro.

Não importa se a pandemia nos separou;

a ligação sempre estará lá,

com os meus pequenos habitantes do parquinho e do meu coração.

Como foi bom balançar com vocês!

Ops, a tia Gabi não entra na balança,

Ela ainda gosta  bicicleta rosa.

Ela ainda não sabe correr,

mas sabe voar na imaginação com vocês.

Sabe sobre o pé de amora, sobre dinossauros e sobre Legos coloridos.

E sabe amar e voar!

 

**Eu sou**

**Eu sou**

Quietinha,

meia tímida,

um pouco teimosa,

um pouco nervosa,

muito sentimental.

Choro por qualquer coisa,

e fico mais nas nuvens do que na terra.

Sou bastante distraída

e acabo quebrando tudo.

Gosto do mundo das cores,

do mundo das águas,

de poesia,

das pessoas.

Sou devota de Nossa Senhora em todos os seus nomes e de Santa Terezinha.

Amo a cor rosa,

adoro sair com você,

e sou apaixonada por café.

Hoje em dia, não me preocupo tanto com a história do medo.

Aprendi que posso dançar e até voar na imaginação.

Meu nome é inspirado em Jorge Amado, assim como os olhos do meu avô.

Ele me ensinou a ser forte através do seu olhar.

Então, eu nasci assim,

mas nem sempre serei assim.

Mulheres

Mulheres de todas as cores

São belas mas sentem suas dores

Mulher que sabe lutar

Mulher que sabe rezar

Que pode ter cabelo rosa e ser frágil

Que pode ter cabelos azul e ser forte

Que pode ter cabelo roxo e ser alegre

Que pode ter cabelo laranja e ser triste

Mulher que sabe rezar

Mulher que sabe lutar

Mulher que sabe ser forte no momento de dor l

Que da luta faz sua arte

E assim sou feita de várias mulheres com muitas histórias coladas neste álbum de

figurinhas com retratos de todas as mulheres que pintei até aqui

 

**São Paulo, 23 de março de 2020**

**São Paulo, 23 de março de 2020**

A guerra começou lá fora, e o inimigo é um ser invisível.

Ele tem cor?

Não sei, acho que não…

Mas ele nos prendeu em casa.

Estamos aqui.

Aqui parece ser a torre do castelo mais alto de alguma floresta da Idade Média.

Sinto que estou à espera do cavalo branco para libertar meu eu físico.

Porém, meu eu interior já foi libertado; há um tempo, durante esta guerra contra o inimigo,

meu eu interno foi libertado pelas palavras, pelas cores, pelas linhas.

O mundo se apresenta escrito e colorido de uma maneira diferente, repleto de vida

interior, pois minha alma pulsa pela vida…

Aniversário

**Era uma vez…**

Era uma vez uma menina que nasceu muito pequena, com os olhinhos azuis, iguais aos do

avô. Ela sempre gostou de cor-de-rosa, de piscina e de pintar. Sonhava em ser bailarina,

mas acabou se tornando artista. O pezinho um pouco para dentro não ajudava muito, mas

quem disse que ela desistiu? Hoje, aos 40 anos, faz ballet. A piscina foi a companhia de

uma vida inteira, assim como suas cores.

Hoje, ela brinca de colorir o mundo, mesmo em tempos difíceis. Um dia é rosa, no outro é

azul. Para seu aniversário, presenteou a si mesma com uma imagem de Nossa Senhora de

Nazaré, pedindo proteção para seus passos. Mas por que o bolo do Frozen?

Podia ser um bolo de bailarina ou todo colorido, como uma pintura, por exemplo! Mas

escolheu o Frozen porque a história da princesa com os olhos azuis é uma mensagem de

superação. Em tempos difíceis, isso representa uma forma de acreditar na esperança, na

expectativa de dias melhores. Foi também uma maneira de agradecer.

Agradecer pela vida…

Pelos 40 anos…

Por uma história bordada com cada cor e com cada dor.

Que venham mais 40 anos!

Que venham dias melhores…

texto escrito no dia do meu aniversário de 40 anos ….

Onde vamos parar?

“Uma ilustração do começo da pandemia, baseada em uma foto de Alice Venturi, registrou

um evento em Aparecida, a cidade da minha santinha. Esta semana, fiquei muito triste

com a situação em Aparecida. Em busca de formas de ajudar, soube que a população está

passando fome, assim como em várias partes do Brasil, onde já estamos perdendo cerca

de 3 mil vidas por dia. É uma realidade difícil de compreender, especialmente para o padre

Fábio, que hoje perdeu sua mãe, dona Ana, mais uma vítima entre tantas outras: Anas,

Marias, Josés… Até onde vamos parar?

E ainda há quem diga que está cansado de ficar em casa! Como assim? Fazendo festas

enquanto 3 mil vidas se vão a cada dia! A minha resposta a essa pergunta diz tudo: não

estou cansada! Preciso me proteger e proteger aqueles que amo! Nesta semana, o que

mais escutei nas minhas aulas online foram relatos sobre familiares internados. É

realmente muito triste. Desejo força a cada um e que Nossa Senhora nos proteja… e

também nos proteja deste governo! Fiquem em casa! Tenho fé de que o sol ainda brilhará

intensamente. Muita fé sempre.”

Razão / Emoção

Razão  – a moça de cabelo azul

Razão  é aquela coisa que sempre perco fácil

e fico procurando quem sabe ela foi logo ai …..

quem sabe ela esta em alguma montanha com o céu azul

Emoção

esta mora dentro de mim

sempre morou

sempre fui cem por cento emoção

a moça de rosto amarelo

com os olhos brilhantes

a emoção não mora longe

ela mora logo ali

escutando o batimento do meu coração