Arquivos da categoria: Quarentena

**Dias de sol

**Dias de sol**

Dias de céu azul…

vento gelado, mar gelado, piscina gelada—tudo é gelado: o chuveiro e o sorvete também.
O pôr do sol laranja,

a lua brilhando.

A pracinha cheia de crianças,

a balança que vai e vem como o mar.

A Nenê, minha cachorrinha,

corre como um pequeno cavalinho.

A amarelinha lá embaixo e o pipoqueiro.

O TikTok—talvez uma coisa de adolescentes?

Por que não postar meu trabalho lá e fazer uma conta para a Nenê?

A blusa de frio da Branca de Neve,

a vida que flui.

Uma semana na praia com você e a Nenê foi maravilhosa!

O gelado do mar,

O sorvete de chocolate.

A Nenê debaixo das cobertas,

os ossos espalhados pelo caminho.

Novas histórias escritas no computador,

as asas da borboleta nas cores do céu.

O vermelho do inverno,

o mar que ora é verde, ora é azul,
e o vento frio.

A borboleta na piscina com o azul ao fundo,

as árvores verdes à beira da praia.

A vida que segue,

como as ondas do mar.

A lagarta /Metamorfose

**Metamorfose**

A lagarta seria eu?

No decorrer da pandemia, fui trilhando caminhos e fazendo escolhas de transformação, como se estivesse me redescobrindo, revelando uma nova versão de mim mesma.

Entre cores e muita arte — bordados, aquarelas, ilustrações, colagens, textos, etc. — tudo isso me ajudou a escrever novas histórias e a deixar o passado para trás.

Descobri novos sonhos. Foi um período em que, de certa forma, me redescobri. Precisava desse tempo para que a lagarta pudesse se transformar em borboleta e voar, para que a borboleta pudesse sair do seu casulo e se lançar ao mundo — um mundo novo de transformações.

 

Era uma vez uma aula…

**Era uma vez uma aula…**

Era uma vez um caderno,

Um caderno de listras rosas com flores,

Com o nome “Gaby” escrito na capa.

Era uma vez um ano de aulas,

Histórias da vida real,

Contos de fadas e de um monstro roxo com um arco-íris na barriga.

As  Fadas Rosas azuis , a Branca de Neve com anões a menos,

A Pequena Sereia em outra versão,

Versões sem príncipes diferentes ( não gosto da história do cavalo branco)

Histórias que refletem momentos de tristeza…

Deságuam nas linhas do caderno..

O olhar azul do meu avô paterno..

As histórias da máquina de escrever do meu avô materno…

Os bordados, as cores…

Histórias sobre o tempo, tudo lá…

No meu caderno de flores e listras…

O caderno seguiu seu fluxo e chegou ao fim…

Agora, um novo caderno já está pronto para novas histórias…

Deste mesmo caderno saiu a ideia de escrever de outra forma o meu TCC…

Obrigada, Lili, por cada aula!

@lilianrferrari, obrigada pelo processo lindo da escrita.

 

Uma quarentena teria 40 dias ?

Uma quarentena teria 40 dias ?

Será ?

A minha teve quase dois anos 

Pouco sair neste tempo todo 

Os detalhes da casa foram ficando mas presentes 

Detalhes…. coisas miúdas que as vezes passam em branco 

Nos dias de céu azul e correria de São Paulo

Detalhes …. memórias de tempos que foi  …

porem ainda  fazem parte do nosso dia a dia 

As santinhas de tantos nomes Rita , Terezinha

As nossas senhoras aparecida, Nazaré , Fátima  

Por que é de fé em fé  de sonho e de pó 

As bonecas do frozen … livre estou… como se fala no filme

Mesmo aqui ,  no mesmo lugar 

Livre com os meus bordados 

Com linha e agulhas 

Com pincéis e tinta 

Com as flores de caminho ou melhor com as flores de casa 

Orquidias de muitas cores 

Álcool gel para todos os lados  e máscaras coloridas 

Novos tempos, novos acessórios 

A caminha rosa da cachorrinha que não para pela casa 

A vida que vai passando entre um ifood e outro 

As aulas on line , a arteterapia , os estágios 

A terapia ,

a vida a caminhar entre quatro paredes mas aqui tem um pouquinho mas eu acho 

Os pássaros a cantar nas árvores 

A cachorrinha a correr 

O tempo que não para 

O tempo que vai no ritmo do bater do coração

Novas ideias , bordados que falam da pandemia, que falam de rios de mapas , de memórias,  

Detalhes cada um com sua histórias 

Ursinhos de alguma viagem para o outro lado do oceano 

Oceano que vai em vem 

Detalhes o violão parado no canto 

O violão que só sabe tomar com uma de um certo padre do interior 

A máquina de costura parada em outro canto da casa 

textos e mas textos escrito no meu caderno florido 

Estrelas do céu a bilhar 

O mundo que gira como uma roda gigante 

A tv a mostrar as histórias de uma pandemia sem fim 

Agora há uma luz 

A luz a bilhar 

As aulas on line

o Ballet on line a vida que dança 

A aquarela on line as cores e suas manchas 

Cores que foram colorindo dias de isolamento 

Cores , palavras , linhas , tecidos 

Um universo inteiro criado dentro de casa 

Casa meu pequeno laboratório de criatividade 

Os detalhes estão aqui e ali a acompanhar os meu pincéis e as minhas agulhas 

**Como seria ter o controle do tempo?**

**Como seria ter o controle do tempo?**

Seria como um controle de videogame?

No videogame, conseguimos controlar o tempo — o tempo do personagem.

Ou talvez como um controle remoto de TV, onde mudamos o canal do tempo?

Mas será que é possível controlar algo que não tem forma? Controlar o abstrato… Controlar o relógio…

Acho que não.

Se fosse assim, Cinderela não teria perdido o sapato, e a carruagem não teria se

transformado em uma abóbora.

O relógio pararia para que alguém pudesse ser feliz; a Branca de Neve não teria comido a maçã.

Todos seriam felizes, sempre, em harmonia.

O tempo não pode ser controlado. Ele não espera por ninguém; simplesmente passa.

Passa muito rápido, na velocidade da luz, mas sempre brilhante.

**A Menina Triste**

**A Menina Triste**

“As pessoas são solitárias porque constroem muros ao invés de pontes.”
— O Pequeno Príncipe, Antoine de Saint-Exupéry

E assim vamos construindo um tempo, criando pontes nas telas do computador.

Corremos o risco de chorar um pouco quando nos deixamos cativar.
— O Pequeno Príncipe, Antoine de Saint-Exupéry

Cativar o outro pela tela, cada um no seu planeta, com a sua flor…

É tempo de cativar a infância durante a quarentena. Os livros se transformam em pontes, e

as pontes se tornam telas. Cadernos tão tristes e brinquedos permanecem lá, na prateada

memória do tempo que gira. Lá fora, há um vírus; amigos podem partir, o tempo pode se

esgotar, mas as palavras não. O livro permanece, há vida atrás dos muros de nossas casas.

A vida está nos livros, e há uma história a ser lida…

**Remédio para a Alma**

**Remédio para a Alma**

**Indicações:**

– Para aliviar as dores do mundo

– Para proporcionar mais leveza

– Para promover uma respiração tranquila

– Para cultivar o amor-próprio

– Para facilitar a aceitação pessoal

– Para desenvolver a compaixão

– Para fomentar empatia consigo e com os outros

– Para fortalecer a coragem

– Para aprender a perdoar

– Para perdoar a si mesmo e aos outros

**Modo de uso:**

– Tomar três gotas pela manhã

– Tomar duas gotas à noite

**Contraindicações:**

– Para pessoas que são difíceis de lidar, aquelas que nem o tempo consegue melhorar

– Para aqueles que não desejam mudança

**Composição:**

– 100 gramas de muito amor

– 200 gramas de perdão

– 300 gramas de aceitação

– 400 gramas de esperança

 

**Hoje**

**Hoje**

Hoje faz frio aqui.

Estou usando um moletom da Bela e a Fera, talvez um dos meus

desenhos favoritos.

Falei muito hoje, como falei.

Mas comecei meu caminho em direção ao mar.

O mar é azul, como o céu.

Na verdade, é um caminhar, um sonho.

Um sonho de respirar perto do mar.

Sinto que hoje estou um pouquinho elétrica.

Acho que há energia dentro de mim; há um fio que conduz várias correntes em tons

diferentes. Às vezes, estão mais para o vermelho, uma agitação pura, como a de hoje.

Às vezes, a luz é verde e me traz calma.

Ou azul, como o céu, ou como o ar.

O ar é azul?

Lembro de quando éramos livres para dançar nos palcos da vida.

Vida que vai…

Vida que vem…

Vida que roda como um grande carrossel, girando com seus cavalinhos coloridos.

A girar, girar.

Vermelho.

Para esvaziar.

Uma bexiga dessas de festas.

Poderia ser redonda ou a do Mickey, como a da minha infância.

E aquele ar lá dentro se movimenta.

O movimento e suas emoções.

Emoções que vão mexendo com a gente.

Às vezes, é preciso calma.

Calma para ir esvaziando aos poucos.

E ir escrevendo novas histórias.

Com o vermelho.

 

Poesias e girassóis….

**As palavras que voam pelo ar!

Que vão correndo,

Poesias e girassóis,

Horas que fluem suavemente ao som do tempo!

O tempo dança na serenidade das horas!

O girassol a brilhar,

A menina a pular.

1, 2, 3, cadê o girassol?

Ele está ali, a observar a menina a saltar!

Na dança das palavras,

Na dança das horas,

No som da vida,

A bordar e a pular,

Saltando entre as palavras,

Palavras que transformam,

A pular pela vida,

Palavras que voam pelo ar!**

 

**Se a minha vida fosse uma música?**

**Se a minha vida fosse uma música?**

E se a minha vida fosse uma dança?

Como eu seria?

As estrelas…

Se a minha alma fosse música?

Ela seria como estrelas que flutuam pelo ar, pela terra…

O brilho das estrelas que dançam pelo espaço, a luz que nos orienta,

Que nos move…

Pelos movimentos que fluem através das luzes das estrelas.

Se minha alma cantasse?

Ela seria uma luz a brilhar, iluminando caminhos nunca antes percorridos.

O percurso da alma em busca de nossos sonhos, escondidos na luz interior.

A nossa luz a nos guiar…