**Saudade**
que se transforma em rio
que se torna sol
que se revela em poesia
que floresce em flor
que brilha em luz
que encanta em mistério.
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**Corpo que somos e história que vivemos**
Corpo que somos e história que vivemos
**Corpo que somos e história que vivemos**
**O corpo e o olhar**
O corpo é proteção.
É o que nos resguarda do mal.
Para mim, o corpo é o movimento no espaço:
O corpo que dança entre um plié e outro,
O corpo que pinta entre o rosa e o azul,
O corpo que cria arte quase o tempo todo.
O corpo que nasceu um pouco molinho, com hipotonia muscular, mas sempre aprendeu a superar limites.
Se não era possível dançar balé, era possível pintar; nadar como uma sereia nas piscinas da vida;
Inventar mil brincadeiras com as bonecas no chão.
Sempre o chão, a construção do espaço.
Pintar quase com o corpo inteiro no chão,
A bicicleta rodando no térreo do prédio, com a sua cestinha.
O corpo que hoje dança balé, mas já dançou jazz e dança do ventre;
Que já nadou em todos os estilos;
E que aprende uma cor nova a cada dia.
O corpo e a arte;
As memórias da infância,
As memórias da menina-mulher que busca movimentos pelas cores da vida…
texto e colagem feitos na aula da pós
Rita Lee
Rita Lee ….
No ano passado, comecei a fazer uma série sobre Rita Lee.
Era sobre a Rita Lee e sobre a ti ( como agente chama a minha tia )
sobre a minha tia que me criou. Elas sempre foram muito parecidas, à frente do seu tempo.
A Rita entrou na minha vida ainda criança, no começo dos anos 80, quando havia tanta energia e cores.
a Ti e a Rita andava com roupas parecidas.
Eu achava que tinha a minha “Rita particular”, e, na verdade, ainda acho.
A Rita me ensinou a estar à frente do meu tempo. Como João Lee disse, é importante
escolher bem os seus heróis. De certa forma, fui aprendendo quem eram os meus com a ti
também, e entre eles estava a Rita.
Rita, à frente do seu tempo, que gostava de animais como a ti .
Sim, animais são melhores do que gente.
Ela disse uma vez em uma entrevista que não acreditava em aviões, mas sim em naves espaciais. Eu também, Rita!
Prefiro as naves espaciais; elas estão à frente do nosso tempo.
Outro dia, pensando sobre se um dia eu tivesse uma filha, ela se chamaria Maria Rita:
Rita de Rita Lee, Rita da minha tia, Rita de Santa Rita, a Santa Rita das ovelhas negras, a
Santa Rita de Cássia. Acho que também teria um pouco da influência da Pinky, outra
artista à frente do seu tempo.
Minha Rita das ovelhas negras…
A Ti e a Rita tão parecidas, à frente do tempo: Corinthianas, de cabelos vermelhos. Até o
cachorrinho da Rita é da mesma raça que o nosso!
Obrigada, Santa Rita das ovelhas negras, por me ensinar tanto. Sim, escolher os heróis
certos faz muita diferença, e tenho certeza disso.
Copas
Copas
Copa de 1990
A primeira Copa do Mundo que me lembro foi em 1990, quando eu deveria ter uns 9 anos. A Alemanha foi a campeã, a mesma seleção dos 7 a 1 anos mais tarde.
Recordo-me de assistir à Copa usando um macacão da Giovanna Baby, a loja mais famosa da época para crianças. Naquele tempo, fizemos um calendário como lição de casa na aula de artes, e, convenhamos, nada melhor do que o conceito de tempo para refletir sobre as memórias afetivas de cada Copa do Mundo.
Voltando ao macacão da Giovanna Baby, que era preto e apresentava o famoso mascote da loja, eu não tinha uma camiseta verde e amarela, então era com ele que assistia aos jogos.
Lembro-me bem de um jogo da Argentina, a mesma equipe que está em campo agora, mas com o Maradona, que ainda estava vivo e jogando naquela época.
Assistimos ao jogo em um hotel em Serra Negra, a mesma cidade conhecida pelos carrinhos que as crianças usam para passear na praça, um local que parece ter parado no tempo, assim como a época dos macacões da Giovanna Baby.
Lembro que eu queria comprar uma boneca de plástico daquelas bem simples de plástico que hoje custa por volta de 10 reais , não me lembro o valor na época e nem o dinheiro que se usava , talvez cruzeiros ou cruzados , mas ninguém quis comprar a tal boneca de 10 reais para mim.
hoje em dia uso estas mesmas bonecas de 10 reais em versão menor nas minhas colagens e bordados
Copa de 1994
“Saindo de 1990 e chegando a 1994, quatro anos depois, eu já não era mais uma criança, mas sim uma pré-adolescente.
Já podia assistir aos jogos fora de casa, vestindo minha camiseta verde e amarela com um cachorrinho de uma loja famosa do shopping Ibirapuera, aquela mesma da miniatura.
Essa loja está no shopping desde a sua inauguração, datada de 1976, alguns anos antes de eu nascer.
Durante minha infância e adolescência, fui vizinha desse imponente shopping para a época.
Voltando à Copa de 1994 e à minha primeira camiseta verde e amarela, ou seria amarela e verde… qual seria a ordem correta?”
A final de 1994 foi com a Italia da minha avó e bisavó, naquela época dava para usar as cores do Brasil sem medo de ser Feliz ….
Copa 1998
Quatro anos depois, chegamos a 1998.
Eu já era uma adolescente que escolhia suas próprias roupas. Minha camiseta da loja Guaraná Brasil era amarela, parecia um canarinho.
Usava-a com calças jeans rasgadas nos joelhos, que eram a moda da época, e tênis escuros de salto para combinar.
Também levava uma mochila jeans para a escola e pintava as unhas de azul, para entrar no clima.
Meu fichário tinha a capa da Princesa Diana e era feito por mim mesma, com fotos recortadas de revistas e forrado com papel Contact.
Foi nesse ano que comecei a pintar com as tintas Gato Preto.
A pior parte é que essa tinta realmente existia; na época, era a mais barata e tinha um tom de azul que eu amava.
Eu costumava pintar durante os jogos e me lembro de ter pintado uma igreja.
Talvez daí tenha surgido meu gosto por pintar e bordar santos.
Copa de 2002
“Quatro anos depois, em 2002, eu já era uma jovem adulta, no segundo ano da faculdade de Artes Plásticas.
Sim, esse era o nome; sou das antigas. Assistia aos jogos todos usando meu pijama xadrez do Milho Verde, uma loja famosa do bairro onde cresci.
A loja ainda existe até hoje. Naquela época, tinha também uma camisetinha para usar na faculdade.
Como os jogos eram de madrugada, o figurino era, na verdade, os pijamas.
Já morava no bairro vizinho ao famoso estádio que, naquela época, sediava os jogos do Corinthians.”
Copa 2006
Na Copa de 2006, não me lembro de ter uma camiseta do Brasil, mas tinha uma da Inglaterra, embora não saiba o porquê.
Foi o ano em que comecei a fotografar, e existem fotos minhas com essa camiseta da Inglaterra, feitas no estúdio da escola de Fotografia. Vai entender…
Fora isso, não me lembro de muitas outras coisas.
Copa 2010
Copa do Mundo de 2010 na África do Sul
Lembro-me da Copa de 2010, realizada na África do Sul e suas cores vibrantes. Era o
começo do Twitter, e eu me sentia uma comentarista de futebol.
Os jogos aconteciam à tarde, e eu comentava sobre eles no meu computador roxo, que tinha pouca memória.
Era um desafio, pois ele frequentemente travava e esquentava muito ….
Copa de 2014
No meu Brasil de todos os santos
A copa dos 7 a 1 complicada no placar
complicada na vida pessoal , com infecções , crise de ansiedade por causa das infeções, mudança de apartamento ,
mudança um negocio tão chato que contínuo no mesmo apartamento até hoje…
Copa de 2018
A copa que passei bordado…,
tinha começado a bordar a pouco tempo….
então estava total na fase dos bordado…
aliais não sai até hoje das fase do bordado ,
eu bordo meu próprio universo
A copa das linhas e agulhas
Que não deixa de ter um pouco da copa de 1998 com suas pinturas afinal o bordado e a
pintura sempre andaram juntos na minha vida …
Um não vive sem o outro ….
Copa de 2022
Depois de um pandemia sem fim ,
a copa que parecia uma luz no fim do túnel ……
E foi entre um bordado e outro ,
um desenho e outro ..
um texto e outro …
uma fotografia e outra….
um ateliê novo….
e almoços a olhar o mar ….
Sim ha uma esperança que vem pulsando sem medo de ser feliz …..
Hoje, 7 de abril, celebro mais um ano de vida !
Feliz aniversário para mim!
Hoje, 7 de abril, celebro mais um ano de vida.
Nasci antes do tempo, e de certa forma, acho que escolhi este dia especial.
Perto da Páscoa, no outono, eu que amo o inverno, também aprecio as tardes de verão, com uma água geladinha para nadar, sempre em busca de sonhos.
Nestes 41 anos, tive muitos sonhos: alguns realizados, outros que ficaram apenas no papel e foram reescritos.
Hoje, estou aqui, contemplando o mar que vai e vem, assim como a vida. Quem diria que, um ano atrás, eu estaria na praia, celebrando mais um ano de vida?
Dentro de mim habitam várias versões de mim mesma: a sereia que mergulha hoje à tarde, a pirata em busca da felicidade na foto que estou bordando.
Há um pouco, ou muito, de todas as pessoas que passaram pela minha vida.
Hoje, escolho navegar pelas águas da vida de maneira pura.
Que venham mais 41 anos! E que este 41º aniversário seja celebrado no apartamento 41.
Uma quarentena teria 40 dias ?
Uma quarentena teria 40 dias ?
Será ?
A minha teve quase dois anos
Pouco sair neste tempo todo
Os detalhes da casa foram ficando mas presentes
Detalhes…. coisas miúdas que as vezes passam em branco
Nos dias de céu azul e correria de São Paulo
Detalhes …. memórias de tempos que foi …
porem ainda fazem parte do nosso dia a dia
As santinhas de tantos nomes Rita , Terezinha
As nossas senhoras aparecida, Nazaré , Fátima
Por que é de fé em fé de sonho e de pó
As bonecas do frozen … livre estou… como se fala no filme
Mesmo aqui , no mesmo lugar
Livre com os meus bordados
Com linha e agulhas
Com pincéis e tinta
Com as flores de caminho ou melhor com as flores de casa
Orquidias de muitas cores
Álcool gel para todos os lados e máscaras coloridas
Novos tempos, novos acessórios
A caminha rosa da cachorrinha que não para pela casa
A vida que vai passando entre um ifood e outro
As aulas on line , a arteterapia , os estágios
A terapia ,
a vida a caminhar entre quatro paredes mas aqui tem um pouquinho mas eu acho
Os pássaros a cantar nas árvores
A cachorrinha a correr
O tempo que não para
O tempo que vai no ritmo do bater do coração
Novas ideias , bordados que falam da pandemia, que falam de rios de mapas , de memórias,
Detalhes cada um com sua histórias
Ursinhos de alguma viagem para o outro lado do oceano
Oceano que vai em vem
Detalhes o violão parado no canto
O violão que só sabe tomar com uma de um certo padre do interior
A máquina de costura parada em outro canto da casa
textos e mas textos escrito no meu caderno florido
Estrelas do céu a bilhar
O mundo que gira como uma roda gigante
A tv a mostrar as histórias de uma pandemia sem fim
Agora há uma luz
A luz a bilhar
As aulas on line
o Ballet on line a vida que dança
A aquarela on line as cores e suas manchas
Cores que foram colorindo dias de isolamento
Cores , palavras , linhas , tecidos
Um universo inteiro criado dentro de casa
Casa meu pequeno laboratório de criatividade
Os detalhes estão aqui e ali a acompanhar os meu pincéis e as minhas agulhas
**Além do Arco-Íris**
**Além do Arco-Íris**
Deve haver um pote de fantasia
Onde todo sonho é possível.
Quem sabe ser a Elsa e a Anna do Frozen,
A Cinderela que nunca perde o sapatinho,
Ser a Bela em seu vestido amarelo,
Ou ir ainda mais longe e ser um astronauta.
Ou morar no planeta do Pequeno Príncipe,
Voar com a Fada Sininho
E buscar cada cor do arco-íris,
À procura dos nossos sonhos,
Dos sonhos mais puros da infância.
Dentro de mim, sempre existirá aquela menina que um dia sonhou em ir atrás do arco-íris,
À procura das cores, das fadas, dos unicórnios.
Feliz Dia das Crianças para todos nós,
Pois cada um traz consigo um pouco daquela criança que um dia foi.
Nunca parem de sonhar com o arco-íris; ele está logo ali,
**Palavras**
**Palavras**
Palavras ao vento,
Palavras no papel,
Palavras que vão,
Palavras que falam do tempo,
Falam de vida.
Vida e vento,
Na folha do papel de carta,
Na folha do papel em branco,
Nas páginas coloridas do diário,
Com cheiro de morango,
Que, mesmo após mais de vinte anos,
Não perdeu o doce perfume do morango.
Palavras que me ajudaram a seguir
Pelo caminho da vida,
Pelos tempos pandêmicos.
**É de sonho, é de fé**
**É de sonho, é de fé**
Nossa Senhora de Aparecida,
Ilumine o caminho da minha vida.
Minha Nossa Senhora de tantos nomes,
Minha Nossa Senhora do Vale,
Minha Nossa Senhora das Águas do Rio.
É de sonho e de pó,
Nossa Senhora de Aparecida,
A santinha de um país inteiro.
Quantas vezes eu a pintei,
Bordei a cada ponto,
Pontos que são como rezas,
A minha Nossa Senhora,
A santinha do santuário.
Santuário iluminado,
A santinha que espera a todos com seu olhar puro.
Azul é seu manto,
Dourada é sua coroa,
A contemplar cada um com seu pedido.
História de uma vida,
Promessa,
Especialmente em tempos tão difíceis.
O céu azul de Aparecida a iluminar caminhos.
Sou caipira de Pirapora,
Nossa Senhora de Aparecida,
Sou a menina paulista que cresceu a 170 km da santinha,
À beira da Dutra.
Minha Nossa Senhora,
Nossa Senhora de tantos e tantas,
Nossa Senhora de um país que clama por orações,
Nossa Senhora que tanto gosto de pintar.
Achada no rio,
A fé de um povo,
Nossa Senhora Aparecida de luz dourada.
Proteja sempre os meus caminhos,
E os caminhos daqueles que eu amo.
Aqui, no dia 12 de outubro,
Deixo a minha homenagem:
À mãezinha do céu,
Aparecida – Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
Hoje é dia 10 de setembro!
**Amanhã é dia 11 de setembro.**
Amanhã…
Hoje é dia 10 de setembro!
Se alguém me perguntasse o que eu estava fazendo no dia 11 de setembro há vinte anos,
eu saberia responder. Mas, se me perguntassem sobre o dia 10 de setembro daquele
mesmo ano, também saberia! Lembro até da roupa que estava usando, graças à minha
memória fotográfica.
Estava no aniversário da minha avó, em uma pizzaria de Moema.
Os anos se passaram, mas a mesma pizzaria continuou fazendo parte da minha vida.
Hoje, sei que não terá pizza nem bolo, mas espero que este texto chegue a ela de alguma forma.
Vale a pena uma homenagem! Minha avó me ensinou a escrever, confeccionou uma
roupinha de bailarina para mim e me ensinou a apreciar café, groselha e biscoito de
maisena. Tem coisa melhor que isso? Obrigada, vó! Da sua única neta menina. (Está faltando meninas nesta família!)
Eu estava aguardando o dia 10 para escrever, expressar-me através de cada palavra e lembrar que, de alguma forma, continuo aqui!