Todos os posts de Gaby
Sou um fio…..
“Sou um fio,
o fio que tece,
o fio da vida,
que borda a minha história.
Ela é composta por fragmentos,
múltiplas partes,
fios coloridos,
o fio da existência,
uma conexão com meu eu interior,
com a menina que fui,
aquela que ainda habita em mim,
que se revela por meio do fio,
o fio que narra minha trajetória.
Fio da vida,
linhas da vida, bordadas.”
**Carta para o Papai Noel*
**Carta para o Papai Noel**
Querido Papai Noel,
Este ano foi difícil, e sinto que não me comporte tão bem.
Fiquei pensando no que pedir, e talvez, no fundo, eu só queira meu pai de volta.
Mas sei que o senhor não tem esse poder.
Quem sabe eu gostaria de reviver os Natais da minha infância?
Queria voltar a ser aquela menina do vestido azul, mas sem a timidez que me acompanhava.
Talvez eu quisesse ser aquela adolescente da blusa rosa, mas com um pouco menos de nervosismo.
Quem sabe eu gostaria de ganhar uma boneca, ou aqueles objetos tecnológicos que meu pai me dava, enquanto eu mal sonhava com uma pulseirinha da moda.
Seria maravilhoso ter uma bicicleta rosa, para andar como quando eu era criança.
E, claro, um cachorro, desta vez um macho, mas espero que não me expulsem de casa por isso (risos).
Ah, e sobre o cachorro Cavalier que meu pai me prometeu, será que ele poderia me mandar um do céu?
Talvez um gatinho, quem sabe com olhos azuis e pelos ruivos.
Ou um outro bichinho, menos uma tartaruga, pois tenho medo delas, e também não gosto de passarinho preso.
Já sei! Quero a Barbie astronauta, ou, quem sabe, a Barbie da Frida? É um sonho antigo, mas nunca a encontro para comprar.
Por fim, quero que a Ti tenha muita saúde, Papai Noel ..sei que este ano um anjinho já deu um jeitinho. Agradeça a ele por mim, Papai Noel! E, foram duas vezes, Papai Noel.
Já que não é possível trazer meu pai de volta, se der, eu só gostaria de mandar uma mensagem de WhatsApp para ele. Lá no céu tem Wi-Fi?
Mas, de qualquer forma, Papai Noel, obrigada por mais um ano. Afinal, cheguei até aqui… um pouco diferente, mas cheguei. Isso é o que importa no final das contas, não é?”
imagem feita com inteligência artificial
História: a tal reunião
Durante uma reunião repleta de homens e números, percebi que a conversa se restringia a cifras, sem espaço para palavras. Havia papéis espalhados pela mesa e, ao olhar para eles, pensei que, pelo menos, eu poderia desenhar. Meu pai sempre soube que havia uma artista em casa; aquele papel destinado a números parecia um desperdício. Ao encontrar um lápis verde, senti uma angústia: seria um horror usá-lo para números, pois esse lápis, ideal para riscar cerâmica, tinha quase um valor sagrado.
Enquanto os homens falavam, decidi fazer uma pergunta. Um personagem da reunião me interrompeu, o que gerou em mim uma certa aflição. Eu já havia enfrentado um trauma em relação a esse personagem há alguns anos, devido a um casamento…
Isso me causou tanto desconforto que evitei até mesmo os casamentos de amigas e primos, tanto do lado materno quanto do paterno. Enfim, de todos os lados – de dia, de noite, sob a luz da lua ou à sombra do sol – por conta desse evento, que tinha Ivete Sangalo como trilha sonora. Por muito tempo, mudei de canal sempre que ouvia a voz dela.
No entanto, o lápis e as folhas que eu usava para desenhar rapidamente passaram para segundo plano em meio à discussão sobre números.
Esse casamento peculiar entre números e lápis verdes se misturava na minha mente, e percebi que talvez eu tivesse nascido com uma vontade maior de lutar pelo que sinto, mas não pelos números. O personagem da reunião e a tal Ivete Sangalo deixaram marcas profundas em relação aos casamentos.Seu texto possui um tom íntimo e reflexivo, expressando bem suas emoções e pensamentos.
Refleti e cheguei à conclusão de que sou uma artista, não uma pessoa voltada para
números. Sou aquela que utiliza o lápis para dar vida ao que sente.
**Moral da história:**
a tal reunião me mostrou algumas coisas.
Primeiro- não preciso ser igual a ninguém.
Segundo- posso lutar pelos meus direitos de expressão.
Terceiro,-sou uma artista.
Quarto- preciso voar pelas cores, não pelos números.
Os caminhos que percorro trazem à tona traumas que talvez sejam da menina que eu fui um dia. Com a morte do meu pai, aprendi que preciso ser livre e lutar pelo que acredito. É totalmente aceitável eu não gostar de Ivete.
Essa experiência foi importante para fechar um ciclo e entender que as páginas do passado, junto com as músicas da Ivete que ficaram guardadas por tanto tempo em uma caixinha de memórias, finalmente levantaram voo e partiram para sempre.
Agora, que novas páginas possam ser escritas com lápis verde e que novas melodias entrem na minha vida, como as de Caetano.
O tempo… Vou lhe contar um segredo: números, papéis e vida. São estes papéis que carregam o feminino, a força e a coragem, levando os traumas embora. E está tudo bem se ninguém entender a mente de uma artista.
Desenho … o que foi …..
lápis verde grafite , sobre folha branca
**Canto de um Povo**
**Canto de um Povo**
Todo dia o sol se levanta,
No fim da tarde, a gente chora.
A beleza do tempo,
A canção que toca na alma;
Alma que se ergue,
No ocaso do dia, a gente chora,
Chora como o último fio de sol,
Entrando pela janela,
A hora da saudade
Que faz a gente chorar.
Todo dia o sol se levanta,
E a lágrima seca
Até o fim da tarde.
O canto de um povo,
O canto da alma.
Fotografia Híbrida
Fotografia Híbrida
A fotografia sempre foi uma forma de arte que reflete a realidade, mas a evolução
tecnológica trouxe novas possibilidades que transformaram não apenas os métodos de
captura, mas também a experiência de observar e compartilhar imagens. A fotografia
híbrida surge nesse contexto como uma fusão entre os métodos tradicionais de captura e
as ferramentas modernas de edição e compartilhamento, apresentando um novo
paradigma para fotógrafos e amantes da arte.
Fotografia híbrida pode ser entendida como a combinação de técnicas analógicas e
digitais para criar imagens que capturam a essência de ambos os mundos. Isso pode
envolver o uso de câmeras de filme tradicionais, acompanhadas por um processo de
digitalização e edição em softwares modernos, ou a captura de imagens digitais que são
posteriormente manipuladas para se assemelharem a fotografias analógicas, utilizando
filtros e efeitos digitais. Este estilo permite aos fotógrafos explorar uma ampla gama de
estéticas e técnicas, proporcionando uma liberdade criativa sem precedentes.
Com o avanço das câmeras digitais, a fotografia se tornou mais acessível e democratizada.
No entanto, muitos fotógrafos ainda apreciam a estética única e a textura das imagens de
filme. A fotografia híbrida permite que esses fotógrafos mantenham a autenticidade do
filme enquanto aproveitam as conveniências da era digital. Além disso, as redes sociais e
plataformas de compartilhamento de imagens ampliaram o alcance do trabalho
fotográfico, tornando mais fácil para os artistas expressarem sua visão a um público
abaixo as minhas fotos
A saudade é um lugar ao qual só chega quem amou….
A missa
“A missa de um mês do meu pai me fez refletir tanto…
Não houve missa? Por que você não me chamou? Eu não disse nada a ninguém.
Sim, houve a missa, mas fui sozinha, apenas com meus pensamentos.
Estava sozinha porque precisava. Egoísmo? Acho que não; eu desejava o silêncio em meio ao caos.
Desde criança, sempre gostei de brincar sozinha.
Eu precisava desse momento com Deus, a sós.
E como filha, precisava desse tempo só.
O pior foi que o padre esqueceu de mencionar o nome do meu pai, e nesse instante pensei: ‘Ufa, não chamei, ninguém’.
Tive medo de não conseguir ir, mas fui eu e minha jaqueta de bailarina.
Afinal, meu pai apreciava meus bordados.
Fui eu, minhas agulhas e linhas, a menina que sempre gostou de passar horas sozinha e
precisava de uma missa a só.
De certa forma, meu pai sabia que tinha uma filha artista, que sempre viveu em seu próprio universo, e precisava se despedir assim…. ”
**Saudade**
Uma Luz nas Olimpíadas
### Uma Luz nas Olimpíadas: Reflexões sobre Desenhar em Tempos Difíceis
A vida é um mosaico de experiências, e, por vezes, os períodos mais desafiadores se
tornam o combustível para a criatividade e a superação. Durante um fase marcante da
minha vida pessoal, encontrei nas Olimpíadas uma fonte inesperada de inspiração e
resiliência. O ato de desenhar cenas olímpicas se transformou em meu refúgio, uma luz no
final do túnel que iluminou minha jornada em meio à escuridão
As Olimpíadas são mais que competições esportivas; representam determinação, coragem
e a capacidade de superar barreiras. Ao desenhar essas cenas vibrantes, mergulhei em um
oceano de cores e movimentos que me transportaram para longe dos meus problemas.
Cada traço de lápis ou pincelada me permitiu visualizar não apenas atletas em busca de
medalhas, mas também a essência de lutar contra as adversidades da vida. A energia que
emana dessas competições se tornou um espelho do que eu desejava ser – resiliência em
estado puro
A relação entre arte e emoção é intrínseca. Durante os dias em que me vi imerso em
angústias e incertezas, as cores que escolhi nas minhas ilustrações tornaram-se uma
terapia. O vermelho ardente simbolizava a paixão e a força, enquanto o azul profundo
trazia uma sensação de calma em meio ao caos. Os amarelos vibrantes capturavam a alegria momentânea que as pequenas vitórias na vida podem trazer. Ao combinar essas
tonalidades, fui capaz de expressar não apenas a grandeza do esporte, mas
também as nuances de uma batalha interna que, em muitos aspectos, é igualmente
desafiadora.
Desenhar cenas olímpicas se tornou um ritual, um ato quase sagrado que me permitiu sair
do espaço angustiante da realidade. Cada ilustração me proporcionou uma sensação de
controle e liberdade….
Concluindo, desenhar cenas olímpicas durante um período tão delicado da minha vida
serviu como um bálsamo para minha alma. As cores, que inicialmente pareciam distantes,
trouxeram luz e esperança, mostrando-me que a arte tem o poder de curar. Olhando para
trás, percebo que, através da ilustração, não apenas homenageei o espírito olímpico, mas,
acima de tudo, resgatei o meu próprio. A criatividade, assim, revelou-se como uma
verdadeira trajetória de superação, um tributo a todas as conquistas que ainda estão por vir.