**Era uma vez uma infância**
Era uma vez uma infância que ficou registrada na memória, entre o pé de amora e o
parquinho de pedras brancas.
Por onde passava a minha bicicleta rosa, havia espaço para correr.
Mas eu não sabia correr… e ainda não sei.
No entanto, sabia voar.
Voava na minha imaginação, pedalando pelas pedras brancas com a bicicleta rosa.
Neste final de semana, tentei correr novamente no parquinho de pedras brancas,
acompanhada de um cachorrinho de plástico perdido – uma cena que parecia ter saído de
um quadro de Edward Hopper.
Um cachorrinho de plástico, da nova geração, os atuais habitantes do meu parquinho da infância,
que neste final de semana tinha novos pequenos:
os pequeninos da tia Abi – ou melhor, agora tia Gabi.
Ainda não sei correr,
mas sei voar na imaginação.
E foi como se um dia valesse por um ano inteiro.
Não importa se a pandemia nos separou;
a ligação sempre estará lá,
com os meus pequenos habitantes do parquinho e do meu coração.
Como foi bom balançar com vocês!
Ops, a tia Gabi não entra na balança,
Ela ainda gosta bicicleta rosa.
Ela ainda não sabe correr,
mas sabe voar na imaginação com vocês.
Sabe sobre o pé de amora, sobre dinossauros e sobre Legos coloridos.
E sabe amar e voar!